Por que falar sobre gestão hídrica?
A água é um recurso estratégico para praticamente todos os setores produtivos — da indústria de alimentos à mineração, da química à farmacêutica. No entanto, sua disponibilidade está cada vez mais ameaçada por fatores como mudanças climáticas, poluição e crescimento populacional. Nesse cenário, a gestão hídrica se torna uma necessidade operacional, econômica e ambiental.
Investir em uma gestão eficaz da água vai muito além de cumprir exigências legais. Trata-se de proteger a continuidade dos negócios, mitigar riscos e construir uma reputação sólida no mercado. Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a demanda por água nos setores industrial e agropecuário deve crescer cerca de 24% até 2030. Isso evidencia que as empresas que não se prepararem agora enfrentarão grandes desafios no futuro.
A escassez global de água tem impactos profundos e amplos, afetando tanto o meio ambiente quanto as cadeias produtivas. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), pelo menos 50% da população mundial enfrenta falta de água em pelo menos um mês do ano, e até 2025, estima-se que 1,8 bilhão de pessoas enfrentem escassez absoluta de água.
Dados recentes indicam que mais de 50% das bacias hidrográficas do planeta tiveram redução no volume de água em 2023, devido ao aumento das temperaturas, secas prolongadas e derretimento de geleiras, que perderam cerca de 600 gigatoneladas de água em um ano. O aquecimento global, impulsionado pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa, intensifica eventos extremos como secas e inundações, prejudicando a disponibilidade de água doce e alterando o ciclo hidrológico e, como apontado na Conferência da Água 2023 (ONU) a previsão é que até o final de 2025, dois terços da população mundial enfrentem escassez de água, o que impacta diretamente a produção agrícola, industrial e energética.
Nas cadeias produtivas, essa escassez provoca interrupções na produção, aumento de custos, escassez de matérias-primas e dificuldades logísticas. Setores como agricultura, manufatura, energia e abastecimento urbano são especialmente vulneráveis, pois dependem de recursos hídricos confiáveis. Além disso, a redução da disponibilidade de água potável compromete a saúde pública e a segurança alimentar, gerando efeitos em cadeia que podem levar a crises econômicas e sociais globais.
A crise hídrica também ameaça a estabilidade de cadeias de suprimentos globais, pois a escassez de água pode limitar a produção de commodities essenciais, gerar conflitos pelo uso da água e obrigar empresas a repensar suas estratégias de sustentabilidade e gestão de recursos. Assim, a preservação dos recursos hídricos e a adoção de práticas sustentáveis são essenciais para mitigar esses impactos e garantir a continuidade das cadeias produtivas no futuro.
1. Otimização do uso da água
A eficiência no uso da água é, sem dúvida, um dos pilares da gestão hídrica. Em processos industriais, o consumo hídrico pode representar uma parcela significativa dos custos operacionais. A má gestão desse recurso pode levar a desperdícios severos, afetando a produtividade e a competitividade da empresa.
Com um plano de gestão hídrica bem estruturado, é possível:
-
Identificar pontos de desperdício e implementar ações corretivas;
-
Reaproveitar água em processos internos (reuso industrial);
-
Investir em tecnologias de monitoramento em tempo real do consumo;
-
Melhorar o desempenho de sistemas de tratamento, reduzindo perdas.
Além da economia direta com o recurso, a empresa também reduz gastos com energia e insumos, já que muitos sistemas de bombeamento, tratamento e aquecimento estão diretamente ligados ao volume de água processado. Na prática, essa otimização passa por uma série de ações estratégicas, como a implantação de sistemas de reuso de água, automação dos processos de tratamento e o uso de produtos químicos adequados para garantir a eficiência dos sistemas.
2. Conformidade legal e ambiental
Manter a empresa em conformidade com a legislação ambiental é um dos grandes desafios e também uma das maiores responsabilidades da indústria brasileira. O Brasil possui um dos arcabouços legais mais completos em relação ao uso da água e descarte de efluentes, regulamentado por órgãos como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e os órgãos estaduais ambientais.
Entre os principais pontos de atenção estão:
-
Obtenção de outorgas para o uso de recursos hídricos;
-
Licenciamento ambiental para o funcionamento da planta;
-
Controle rigoroso do lançamento de efluentes industriais em corpos d’água;
-
Monitoramento e relatório de indicadores de uso e qualidade da água.
Empresas que não atendem essas exigências estão sujeitas a multas, embargos operacionais, sanções administrativas e processos judiciais, o que pode comprometer seriamente a continuidade das atividades. De acordo com a legislação brasileira, as multas por uso irregular da água em atividades industriais podem variar bastante, dependendo da gravidade da infração.
A gestão hídrica no Brasil é regida por uma combinação entre a Política Nacional de Recursos Hídricos e legislações estaduais específicas, que variam conforme as características regionais e administrativas de cada estado. Exemplos como São Paulo (CETESB), Minas Gerais (SEMAD) e Rio de Janeiro demonstram diferentes abordagens na implementação de políticas, exigindo das empresas atenção redobrada à emissão de outorgas, licenciamento, monitoramento e integração com políticas locais. Para organizações com atuação em múltiplos estados, isso significa adaptar seus sistemas de gestão hídrica às exigências regionais, participar dos comitês de bacias e manter um planejamento alinhado à disponibilidade hídrica e aos marcos regulatórios de cada localidade, garantindo assim sustentabilidade e conformidade legal.
Investir em gestão hídrica eficiente é uma forma de garantir conformidade contínua, evitando autuações e facilitando processos de renovação de licenças e certificações ambientais. Empresas que seguem rigorosamente as normas legais ganham pontos em auditorias externas, inspeções de clientes e processos de exportação que exigem boas práticas ambientais.
3. Redução de riscos
O gerenciamento inadequado da água pode gerar riscos severos para a operação. Entre os principais estão:
-
Riscos operacionais, quando há interrupção no fornecimento de água ou falhas no sistema de tratamento;
-
Riscos ambientais, em caso de vazamentos, contaminações ou descarte irregular de efluentes;
-
Riscos reputacionais, ligados à percepção pública negativa sobre práticas ambientais;
-
Riscos legais e regulatórios, como já mencionado anteriormente.
Com a intensificação de eventos climáticos extremos – como secas prolongadas, enchentes e escassez hídrica regional – as empresas precisam estar preparadas para mitigar impactos e garantir a resiliência hídrica. Isso significa não apenas evitar desperdícios, mas também desenvolver planos de contingência para manter a produção em situações críticas.
A gestão preventiva por meio de monitoramento contínuo da captação, consumo e descarte de água, além da análise de indicadores de risco, permite que a empresa atue de forma proativa. Segundo o relatório “Charting Our Water Future” da consultoria McKinsey & Company, empresas com gestão hídrica avançada apresentam 60% menos incidentes operacionais relacionados à água em comparação com aquelas que não investem nesse tema. O estudo destaca que a adoção de práticas eficientes de uso e gestão da água reduz riscos operacionais, melhora a resiliência e contribui para a sustentabilidade dos negócios.
4. Melhoria da imagem corporativa e valorização da marca
Vivemos em um momento em que a percepção pública sobre sustentabilidade influencia diretamente decisões de compra, investimento e parcerias comerciais. Empresas comprometidas com a gestão responsável dos recursos naturais são vistas como mais éticas, inovadoras e confiáveis.
A gestão hídrica é um dos pilares mais visíveis dentro de uma estratégia de sustentabilidade, sendo considerada em certificações ambientais como:
-
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design): certificação que avalia a sustentabilidade em construções, incluindo o uso racional da água como um dos critérios importantes para a pontuação do empreendimento;
-
AQUA-HQE (Alta Qualidade Ambiental): voltada para a construção civil, esta certificação considera o uso eficiente da água, a gestão de resíduos e a escolha de materiais sustentáveis, demonstrando o compromisso com práticas ambientais responsáveis
-
ISO 14001: Principal norma internacional para a gestão hídrica dentro de sistemas de gestão, sendo fundamental para empresas que buscam a sustentabilidade e a eficiência no uso da água.
Essas certificações não só aumentam a visibilidade da marca, como também abrem portas para novos mercados e oportunidades de negócios, especialmente no setor público e com grandes players internacionais que priorizam fornecedores comprometidos com critérios ESG.
Segundo a pesquisa global “Voz do Consumidor 2024” da PwC, 85% dos consumidores globais estão dispostos a deixar de consumir produtos de empresas que não demonstram responsabilidade ambiental, evidenciando a crescente preocupação dos consumidores com o impacto ambiental das marcas. No Brasil, esse percentual é ainda maior, com 94% dos consumidores afirmando sentir os efeitos das mudanças climáticas e uma parcela significativa adotando comportamentos de compra mais sustentáveis. Isso mostra que o compromisso com a gestão hídrica impacta diretamente o valor percebido da marca.
5. Contribuição para a economia verde e alinhamento com metas ESG
Investir em gestão hídrica não é apenas uma prática responsável: é uma estratégia de posicionamento futuro. A economia verde é uma tendência irreversível, e empresas que assumem esse protagonismo saem na frente na adaptação às novas exigências de mercado e sociedade.
A gestão eficiente da água está diretamente conectada aos critérios ESG (Environmental, Social and Governance) — cada vez mais relevantes para atrair investimentos, acessar linhas de crédito sustentáveis e construir uma cultura organizacional sólida.
No aspecto ambiental, a empresa reduz seu impacto no meio ambiente e melhora o uso de seus recursos naturais. No social, promove segurança hídrica e pode contribuir para projetos locais de acesso à água ou reuso. E no eixo de governança, adota processos sistematizados, com indicadores de performance, compliance e prestação de contas.
Empresas que adotam uma abordagem integrada, investindo também em tratamento de efluentes, reuso de água, coleta e aproveitamento de água de chuva e tecnologias de automação e controle, demonstram um compromisso real com a sustentabilidade — e ganham reconhecimento por isso.
Gestão hídrica é uma decisão estratégica
A gestão hídrica eficiente deixou de ser um diferencial e se tornou uma exigência técnica, legal e de mercado. Empresas que reconhecem o valor estratégico da água saem na frente em competitividade, inovação e reputação.
Ao otimizar o uso dos recursos hídricos, garantir conformidade ambiental, reduzir riscos operacionais, fortalecer sua imagem e contribuir para um futuro sustentável, sua empresa não apenas protege um recurso vital — ela fortalece o próprio modelo de negócio.
A GR Water Solutions atua há mais de 25 anos oferecendo soluções completas em tratamento de água e efluentes para diversos segmentos da indústria. Com produtos químicos de alta performance, suporte técnico especializado e projetos sob medida, ajudamos empresas a alcançar seus objetivos de sustentabilidade com eficiência e segurança.
Se você quer saber como implementar ou aprimorar a gestão hídrica na sua operação, fale com a GR Water Solutions. Estamos prontos para ajudar sua empresa a ir além da conformidade — rumo à excelência hídrica.